CONVERSAS SOBRE O PENSAMENTO (2): ANDRÉ DAUPHINÉ, O BOM LEGADO NATURALISTA NA GEOGRAFIA E UM TREM QUE JÁ DEU SINAL DE PARTIR
Resumo
Durante nosso doutoramento, tivemos a oportunidade estagiar por um período de seis meses no Laboratório toulouseano GÉOgraphie De l’Environnement1, entre os meses de Fevereiro e Agosto de 2006. Realizado com “Bolsa Sanduíche” concedida pela CAPES, este estágio compreendeu também deslocamentos até outras instituições francesas de pesquisa, a fim de que aclarássemos determinados aspectos colaterais de nossa investigação. (Naquela circunstância, sondávamos o estabelecimento de uma escola francesa de pensamento geossistêmico.). Estas elucidações “além-Toulouse” obtivemos mediante diálogos, previamente agendados, com alguns nomes eminentes na cena científica do país. A entrevista que transcreveremos a seguir foi feita com André Dauphiné, nome-chave na difusão da abordagem fractal na Geografia francesa. Dauphiné é vinculado ao Departamento Géographie et Aménagement (pertencente a uma das UFR’s, “Unidades de Formação e Pesquisa”, da Universidade de Nice), desde onde divulga suas pesquisas em modelagem de sistemas dinâmicos. Materialização disso são seus livros, alguns dos quais tendo virado referência até mesmo fora da França2. (No Brasil, por exemplo, essas obras encontrariam um Antonio Christofoletti3 ávido de novidades explanatórias.). Dedicado inicialmente à climatologia, o Professor foi levado a se perguntar, muito cedo, sobre a eficiência das teorias então disponíveis – modelos que, se pensava, davam conta de explicar processos erráticos. E a consciência de que elas, na verdade, haviam perdido poder explicativo, o põe no encalço de métodos de tratamento mais versáteis (muitos destes, arquitetados junto às ciências físicas). Aguerrido, Dauphiné logo ficaria conhecido, por seus pares, como defensor de modelos de interface marcadamente naturalistas (isto é, sobretudo denotadores de homologia entre os fenômenos físico e social).Publicado
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