ASPECTOS GEOQUÍMICOS DO ÓLEO DA BACIA DE SOUSA (CRETÁCEO INFERIOR), NORDESTE DO BRASIL: CONTEXTO GEOLÓGICO
Autores
João Graciano Mendonça Filho
Departamento de Geologia, Instituto de Geociências, Universidade Federal do Rio de Janeiro
Ismar de Souza Carvalho
Departamento de Geologia, Instituto de Geociências, Universidade Federal do Rio de Janeiro
Débora de Almeida Azevedo
Departamento de Química Orgânica, Instituto de Química, Universidade Federal do Rio de Janeiro
Palavras-chave:
Óleo, Bacia de Sousa, Cretáceo, Formação Sousa
Resumo
A Bacia de Sousa compreende, juntamente com as bacias de Brejo das Freiras ou Triunfo-Uiraúna e Pombal, um complexo de bacias, as quais são também conhecidas como bacias do Rio do Peixe. Compreendem uma área de 1.250 km2 no extremo oeste do Estado da Paraíba, sendo separadas pelos altos do embasamento cristalino e controladas pelas Zonas de Cisalhamento de Portalegre (NE-SW) e de Patos (E-W). Uma amostra de óleo, recuperada de um poço na Formação Sousa (Cretáceo Inferior), localidade Sítio Salguinho, analisada através de técnicas cromatográficas apresentou características de um óleo leve, com 81,1% de compostos saturados, predomínio de parafinas em C17 e C23. Na análise dos biomarcadores observou-se a presença de terpanos tricíclicos e tetracíclicos, o predomínio do 17(H), 21(H), 30-Hopano (C30) e razão Gamacerano/17(H), 21(H), 30-Hopano(C30) de 0,23 e a razão Hopanos / Moretanos em C30 alcançando 80%. Essas características apontam para um óleo não biodegradado maturo de ambiente lacustre de água doce. Em função da espessura média da Formação Sousa ser de 800 m e ocupar cerca de dois terços da área total da bacia, pode representar de futuro uma nova fronteira exploratória para o território brasileiro.
Biografia do Autor
João Graciano Mendonça Filho, Departamento de Geologia, Instituto de Geociências, Universidade Federal do Rio de Janeiro