A dissecação é uma característica do relevo que reflete a energia que perpassa determinado sistema geomorfológico ao longo de sua esculturação recente. A avaliação do grau de dissecação permite a avaliação morfodinâmica da paisagem e o reconhecimento de padrões diferenciados de rugosidade da superfície. Com o objetivo de avaliar a dissecação no alto rio Piranga (MG) este trabalho avalia de duas maneiras diferentes essa variável, discutindo-a junto ao quadro morfogenético dessa área de estudo. Os dois modos de avaliação da dissecação foram: por meio da mensuração de distâncias interfluviais e entalhamento médio de vales sobre carta topográfica e sua espacialização pela ferramenta Kernel e a outra obtida indiretamente por meio da espacialização do Índice de Concentração de Rugosidade (ICR). A comparação entre os dois modos de avaliação permitiu afirmar que eles não são equivalentes. Para o alto rio Piranga, a espacialização da dissecação com base na utilização da ferramenta Kernel a partir do entalhamento médio X distância interfluvial dos vales mostrou-se mais condizente com a realidade do que a espacialização via ICR. Do ponto de vista morfogenético, a dissecação do relevo do alto rio Piranga permite invalidar a suposição de um processo de rejuvenescimento da paisagem mais avançado no planalto inferior do que no planalto superior.
Author Biographies
William Zanete BERTOLINI, Universidade Federal da Fronteira Sul
Campus Chapecó, SC
Bacharel em Geografia pela UFMG (2006). Mestre em Geografia e Análise Ambiental pelo IGC/UFMG (2010). Doutor em Ciências (Geografia Física) pela USP (2015)
Sandra Cristina DEODORO
Bacharel em Geografia pela UFMG (2006)
Especialista em Geoprocessamento e Recursos Hídricos pela UFMG